Compositor: John Woloschuk
Começou mais um dia de rotina
Eu encaro a manhã da maneira usual
Peguei o ônibus no horário
“Bom dia, sr. motorista, dirija”
Assim que sentei enrolado em meu capão, agarrei a bengala
E encostei o nariz contra o vidro embaçado da janela
(Ho hum)
A vida que eu levo faria até um morto bocejar.
Chega o meio-dia,
Paro para almoçar
Com meu sanduíche e uma cerveja eu sigo a intuição
De ir para o parque, onde espero encontrar
Um pouco de paz de espírito
Enquanto eu me sentava num banco no meio de uma corrida de ratos*
Senti uma sensação estranha que, sem vestígio, me apareceu
E, no entanto, tão fugaz sumira novamente
Então, me diga qual é a lógica cruel de jogar um jogo
Com tanto a perder e tão pouco a ganhar
Você vende a sua vida toda
E não consegue perceber que você é apenas uma engrenagem trabalhando como um cão
Que troca o seu futuro por um beco sem saída
Cheio de dias de rotina
Dias de rotina
Corro contra o relógio para que termine o meu dia
O salário no meu bolso me faz sentir bem
Mas foi a duras penas
Só para não ficar para trás
Eu estou aqui na fila atrás de um infame cigarro
Meu rosto discretamente enterrado em um livro que fala sobre Marte
Estupidez...
E eu aguardo no cais até o Caronte** chegar.